terça-feira, 31 de maio de 2011
desavisado
segunda-feira, 23 de maio de 2011
meu precioso.
Por achar em ti valor que jamais em outros havia encontrado, considerei teu amor uma jóia. Em volta deste bem precioso, construí um castelo, um castelo que foi destruído pela minha onda de sentimentos devastadora e perigosa demais, causada por ti. Sim, te culpo. Digo que foi tua indiferença, que ao me fazer chorar, fez também o mar de minhas emoções transbordar. Digo que foram as tuas lacunas vazias e que dificilmente um dia serão preenchidas. Vazios que criam buracos em mim, me deixam com feridas incuráveis. O meu bem tão precioso e tão estimado parece ter sido simplesmente levado, roubado de mim num ato tão injusto, tão triste, tão lamentável. Mas, assim como os oceanos geográficos, o meu oceano de lágrimas tem marés que vão e vem, e do mesmo jeito que levaram meu tesouro, o trouxeram de volta, para perto de mim, confesso que perto demais para que não me sentisse incomodado por tua presença. Num ato impulsivo tirei forças de minhas fraquezas, ergui-me do meu lugar e cessei o choro. Dei início a outra construção, a um novo castelo, dessa vez mais alto, mais lindo, mais admirável que o outro, adornado com minhas esperanças, decorado com minhas ilusões e desenhado sob minhas mal refeitas frustrações. Ergui um lindo palácio em volta do meu amor para poder abrigá-lo, mas parece que de novo vem a tempestade, seguida por nenhuma bonança. Na verdade as tempestades só trazem consigo o pesar de um céu cinza e fechado, o qual tenho que com meus próprios esforços abrir, rasgar meu peito em sua direção para que ele se abra assim em um sol forjado por mim, dando vida ao meu imaginário jardim no meu castelo, no meu abrigo, abrigo onde só há lugar para que habites tu. Mas tempo bom é sinal de tempestade, e lá vem ela de novo, como um animal feroz e veloz destruir tudo aquilo que construí. Mas não há jeito, o ciclo sempre volta. Pois somos estúpidos demais – eu para que queira acabar com esta dor que a cada dia arranca de mim um pedaço de vida, e você para que perceba que fiz uma morada só para ti, mas não o suficiente para cansar de destruí-la momento após momento.
terça-feira, 17 de maio de 2011
sem título
não mais
sexta-feira, 13 de maio de 2011
“O negócio é não relativizar”
Mentira! Como assim não relativizar as coisas na sociedade atual? Será que as pessoas, realmente, têm uma noção da grandiosidade e da complexidade das relações humanas e das conseqüências e os porquês delas? Será que elas entendem o peso de um julgamento perante a fragilidade das pessoas de nosso século? Afinal, quem somos nós para determinarmos algo? O que são os nossos pensamentos para que possamos impô-los como os corretos? O que faz do que lemos ou do que ouvimos uma verdade incontestável, um modelo social? Não gosto de dizer que todos são especiais, porque é uma maneira de dizer que ninguém é. Mas sempre digo que todos são diferentes, dentro de suas normalidades e seus padrões. Por mais estereotipada que a nossa sociedade pareça, por mais que tenhamos a impressão de que determinadas pessoas ou grupo de pessoas estejam sendo produzidas em série e com uma qualidade cada vez inferior, duvido muito de que realmente haja uma concordância de idéias entre elas, ou mesmo que haja qualquer concordância entre o que as pessoas são e o que elas aparentam ser. Não relativizar quer dizer fabricar caixas em uma única forma e colocar as pessoas dentro até que elas se molde àquela maneira, aquela que nós criamos e que nos parece ser (e que talvez, de fato, seja) a melhor para nós. Não relativizar quer dizer contribuir para mais uma geração de infelizes, deprimidos e inseguros a respeito da vida e de vivê-la. O negócio é, sim, relativizar, ponderar, compreender, estudar e entender, pois as pessoas são profundas e complexas demais para que haja qualquer tipo de nivelamento entre elas.
terça-feira, 10 de maio de 2011
unbearable
Cansei! Não aguento mais ter que ouvir a tua voz (e não ter o prazer de na calada da noite tê-la sussurrante em meus ouvidos, fazendo juras de amor sem fim). Não posso mais ver o teu rosto (iluminado e iluminando os meus momentos, ofuscando o brilho do sol perante tamanha perfeição, tão próxima e tão distante ao mesmo tempo, tão real e tão inatingível). Não quero mais ter que abraçar-te, nunca mais (pois pior é para mim ter-te em meus braços por ligeiros minutos de pura insanidade, onde minha mente vai aos mais remotos lugares só para buscar-te, e ao não encontrar-te na vastidão de minha mente, volta vazia e triste, com lágrimas a regar o meu jardim de plantas mortas). Não suporto mais ver o teu sorriso mirando meu rosto (pois prefiro mil vezes que por mim derrame lágrimas de amor do que sorrias por prazer de minha companhia, quero a tristeza de estar com você muito mais que mil alegrias sem poder te ter ao meu lado). Acabou, não tenho condições de sentir tua presença (pois ao chegares perto de mim, por não poder perto de ti estar, meu coração se despedaça e esmorece, o morrer é o que me resta, fico então a ele esperar).
maldita constância
No rio veloz que se formou em minha mente e na insana loucura que se criou em meu ser, insiste uma recorrente pergunta: por que, primeiramente, sorristes para mim, se agora só me resta uma incurável ferida amargando em meu coração?
segunda-feira, 9 de maio de 2011
rotina
Eu não sou organizado, jamais fui. Nunca consegui organizar uma pasta, ou uma gaveta, ou um armário, e tampouco meus pensamentos, e então não preciso nem comentar sobre as minhas emoções. Na minha vida nada parece estar no lugar certo, o que me aborrece demais. Parece que as incertezas pra mim são muito mais intensas e demasiadamente freqüentes a ponto de ter que decidir que roupa usar me deixar aflito. Também vejo como se tudo fosse ordinário e, ao mesmo tempo, contraditório demais. Meus sentimentos parecem estar guardados presos perfeitamente em uma caixa meticulosamente hermética e blindada, impossível de serem libertos ou de alguém a eles ter acesso. Ao mesmo tempo me sinto às vezes como num rodeio, montando em meu coração – um touro indomável que me carrega a qualquer lado com tamanha força e velocidade que chega a ser imensurável, e quando chega a hora da brusca parada, me deixa zonzo e sem saber para onde ir, me leva ao fim óbvio de um sentimento intensamente vivido: a confusão. Só vejo mil touros correndo pela arena, mil sentimentos jorrando sem fim pela estrada de minha vida, que está mais para um beco sem saídas. Os sentimentos presos e juntos demais acabam por soltar-me num deserto sem rumo, me dando liberdade demais e direções de menos, trazendo-me angústia. Os sentimentos loucos e avassaladores acabam por me tirar-me qualquer possibilidade de escolha, prendendo-me junto a eles, mas não vivo com eles, vivo por conta e vontade deles... trazendo-me a tristeza.
domingo, 8 de maio de 2011
Todos querem um amor de cinema
Isto é fato! Tudo bem que uns estão mais para American Pie enquanto outros mais para Titanic, mas todos nós, seres humanos, queremos um amor digno das telas hollywoodianas. Queremos uma aventura, que nos faça viver fortes emoções para que no fim do arco-íris o final feliz tenhamos como o pote de ouro. Queremos o drama para termos uma história que emocione para contar e, em contrapartida, queremos uma comédia romântica para nos causar boas risadas de vez em quando e quebrar o gelo. Todo nós, no fundo, queremos uma história de terror, que nos dê medo, nos assuste, nos faça gritar, mas afinal, os protagonistas sempre, talvez não ilesos, mas escapam no final são e salvos. E todos nós queremos que nosso filme seja uma animação, produzido por outros, artificial e sem risco de danos, queremos com urgência a segurança, não física, mas dos sentimentos. E por isso que eu digo que ter um amor de cinema é mais complicado do que se parece: além de precisar atuar o tempo inteiro, é preciso parecer natural, o que é muito complicado, pelo menos para mim, pois amar não é natural, gostar sim. Amar é algo extraordinário que ultrapassa as barreiras de qualquer sentimento. Além disso é preciso seguir o script mais que corretamente preparado, elaborado e dirigido por não somente um diretor, mas os vários diretores que nos cercam na nossa rotina, sentados em suas cadeiras de assento preto com armação de jatobá dando pitacos e nos dizendo qual será o próximo passo. E, por último, um filme hollywoodiano precisa ser vendável, e para ser vendável precisa ter apelo ao público, e o público só assiste o que gosta, ou seja, passa do amor que nós moldamos ao amor que é moldado em função dos outros. Pois é, entre um amor de cinema e um amor secreto, fico com o meu silencioso sentimento, escrito, dirigido, rodado e protagonizado por mim!