sexta-feira, 13 de maio de 2011

“O negócio é não relativizar”

Mentira! Como assim não relativizar as coisas na sociedade atual? Será que as pessoas, realmente, têm uma noção da grandiosidade e da complexidade das relações humanas e das conseqüências e os porquês delas? Será que elas entendem o peso de um julgamento perante a fragilidade das pessoas de nosso século? Afinal, quem somos nós para determinarmos algo? O que são os nossos pensamentos para que possamos impô-los como os corretos? O que faz do que lemos ou do que ouvimos uma verdade incontestável, um modelo social? Não gosto de dizer que todos são especiais, porque é uma maneira de dizer que ninguém é. Mas sempre digo que todos são diferentes, dentro de suas normalidades e seus padrões. Por mais estereotipada que a nossa sociedade pareça, por mais que tenhamos a impressão de que determinadas pessoas ou grupo de pessoas estejam sendo produzidas em série e com uma qualidade cada vez inferior, duvido muito de que realmente haja uma concordância de idéias entre elas, ou mesmo que haja qualquer concordância entre o que as pessoas são e o que elas aparentam ser. Não relativizar quer dizer fabricar caixas em uma única forma e colocar as pessoas dentro até que elas se molde àquela maneira, aquela que nós criamos e que nos parece ser (e que talvez, de fato, seja) a melhor para nós. Não relativizar quer dizer contribuir para mais uma geração de infelizes, deprimidos e inseguros a respeito da vida e de vivê-la. O negócio é, sim, relativizar, ponderar, compreender, estudar e entender, pois as pessoas são profundas e complexas demais para que haja qualquer tipo de nivelamento entre elas.

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