segunda-feira, 23 de maio de 2011

meu precioso.

Por achar em ti valor que jamais em outros havia encontrado, considerei teu amor uma jóia. Em volta deste bem precioso, construí um castelo, um castelo que foi destruído pela minha onda de sentimentos devastadora e perigosa demais, causada por ti. Sim, te culpo. Digo que foi tua indiferença, que ao me fazer chorar, fez também o mar de minhas emoções transbordar. Digo que foram as tuas lacunas vazias e que dificilmente um dia serão preenchidas. Vazios que criam buracos em mim, me deixam com feridas incuráveis. O meu bem tão precioso e tão estimado parece ter sido simplesmente levado, roubado de mim num ato tão injusto, tão triste, tão lamentável. Mas, assim como os oceanos geográficos, o meu oceano de lágrimas tem marés que vão e vem, e do mesmo jeito que levaram meu tesouro, o trouxeram de volta, para perto de mim, confesso que perto demais para que não me sentisse incomodado por tua presença. Num ato impulsivo tirei forças de minhas fraquezas, ergui-me do meu lugar e cessei o choro. Dei início a outra construção, a um novo castelo, dessa vez mais alto, mais lindo, mais admirável que o outro, adornado com minhas esperanças, decorado com minhas ilusões e desenhado sob minhas mal refeitas frustrações. Ergui um lindo palácio em volta do meu amor para poder abrigá-lo, mas parece que de novo vem a tempestade, seguida por nenhuma bonança. Na verdade as tempestades só trazem consigo o pesar de um céu cinza e fechado, o qual tenho que com meus próprios esforços abrir, rasgar meu peito em sua direção para que ele se abra assim em um sol forjado por mim, dando vida ao meu imaginário jardim no meu castelo, no meu abrigo, abrigo onde só há lugar para que habites tu. Mas tempo bom é sinal de tempestade, e lá vem ela de novo, como um animal feroz e veloz destruir tudo aquilo que construí. Mas não há jeito, o ciclo sempre volta. Pois somos estúpidos demais – eu para que queira acabar com esta dor que a cada dia arranca de mim um pedaço de vida, e você para que perceba que fiz uma morada só para ti, mas não o suficiente para cansar de destruí-la momento após momento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário